Especialista diz: Redes acadêmicas latino-americanas estimulam avanços em saúde digital

Luiz Ary Messina – Coordenador da Rede Universitária de Telemedicina RUTE, Brasil.

A inovação é um conceito muito espontâneo e natural para os necessários desenvolvimentos e avanços permanentes nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Em todos os campos de atuação da sociedade moderna, a investigação e a educação são os pilares da sustentação destes avanços. As redes de colaboração são a base das suas estruturas, serviços e aplicações cibernéticas. Podemos começar um relato da automação bancária a partir dos anos 70, da indústria nos anos 80 e da saúde iniciar a sua transformação digital nos anos 90.   

Desde la pandemia, la telemedicina, la telesalud y el área global de salud digital, incluyendo la inteligencia artificial, dominaron la atención de los médicos, profesionales de salud, gestores, empresas, gobiernos, consejeros, investigadores, profesores, alumnos y hasta la población em geral. Por outras palavras, foi criado o ambiente perfeito para inovações no sector da saúde, que encontram o seu melhor espaço para colaboração em ambientes de investigação e educação.  

CEDIA, Corporação Equatoriana para o Desenvolvimento da Pesquisa e da Academia, promove a exploração e os resultados de projetos inovadores no desenvolvimento da saúde digital. Em 2020, foi assinado um acordo de cooperação técnica e científica entre as redes acadêmicas da América Latina e a RedClara (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas) para a expansão das práticas digitais de saúde na região.  

Após 16 anos ininterruptos de investimentos da Rede Nacional de Pesquisa e Ensino RNP , desde 2006, a Rede Universitária de Telemedicina RUTE é hoje uma rede colaborativa de ensino e pesquisa em saúde com unidades de telemedicina e telessaúde em 140 hospitais universitários e escolas, e 50 SIGs (Especial Grupos de Interesse ) em especialidades e subespecialidades de saúde como: SIG Saúde da Criança e do Adolescente, endocrinologia pediátrica, saúde indígena, genética médica e doenças raras, autismo e Re(h)abilitação.

São realizadas em média três sessões científicas diárias, mais de 92.300 presenças registadas desde julho de 2015, com 31.450 avaliações das sessões realizadas, mais de 25.200 participantes diferentes e mais de 7.600 sessões realizadas até março de 2022. 

A RUTE foi reconhecida por promover a integração e colaboração para o desenvolvimento de ações em saúde digital na última publicação da OMS sobre saúde digital Manual da plataforma digital de saúde: construindo uma infraestrutura de informação digital (‎infoestrutura)‎ para a saúde (who.int) : “RUTE's high -capacidade da infraestrutura de rede nacional permite e promove a inovação de novas aplicações e tecnologias na educação em saúde e na análise remota de dados. A RUTE também promove a integração de instituições de investigação, agilizando a divulgação de dados e promovendo colaborações.”

Ainda em termos de colaboração internacional, foi criado em 2017 o Grupo de Trabalho Permanente (GT) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que alcançou marcos importantes: apoiou a criação do Programa Nacional de Telessaúde de Moçambique em 2018 e o criação do SIG de Citotecnologia da CPLP, em 2021, coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) no Brasil e pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Portugal, com a participação de instituições de São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau , Moçambique e Cabo Verde. 

A criação do GIS COVID-19 na RUTE Brasil, logo no início da pandemia em março de 2020, reforçou a colaboração em rede. Além de ter possibilitado o enfrentamento da pandemia do novo vírus COVID-19, reuniu universidades, instituições públicas e privadas, que atenderam os casos mais graves, trocando experiências, não só entre profissionais do Brasil, mas também de no exterior, como o Equador, por meio do CEDIA com o Vice-Ministro de Governança e Vigilância Sanitária; Também estiveram envolvidos Espanha, Suíça, China, Itália, EUA, México, Portugal, Israel, Argentina, Rússia e outros países, com os quais foram realizadas 73 sessões entre 23/03/2020 e 04/10/2021 com 3.052 presenças inscritas. 1.133 profissionais de saúde.  

O SIG COVID-19, CT-SAÚDE DIGITAL, comissão técnica de prospecção tecnológica em saúde digital, foi criada na RNP por uma série de motivações: o aumento do número de projetos e redes colaborativas na RNP na área de saúde ; a transformação digital que está em curso na saúde, além da demanda por análises amplas e completas da evolução tecnológica de produtos, aplicações e serviços em saúde digital e das relações da RNP com os ministérios integrantes do Programa Interministerial RNP: Ciência , Tecnologia, Inovação, Educação, Saúde, Cidadania e Defesa, em relação às ações de saúde. O CT-SD também tem a função de integrar profissionais de saúde e TI, informática e tecnologias nos debates e propostas de soluções.  

Para dar continuidade às atividades do CT-SAÚDE DIGITAL, em 2022 foram criados 3 grupos de trabalho: Formação, Infraestrutura Cibernética e Inteligência Artificial em Saúde. 

Em setembro de 2021, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) aprovou o PPI-SD (Programa Prioritário de Interesse Nacional em Saúde Digital) sob a coordenação da RNP. A aprovação do PPI-SD abre a possibilidade de que parte dos recursos investidos em impostos, pelas empresas produtoras de equipamentos de TIC, incentivados nos termos da Lei 8.248/91, seja direcionada para o financiamento de projetos nessa área, a serem realizados realizados por Instituições de Ciência e Tecnologia credenciadas pelo CATI/MCTI.   

O marco mais recente da RUTE ocorreu em novembro de 2021 quando foi realizado o evento “Desenvolvimento Humano e Saúde Digital em Foco”, em formato 100% virtual, integrando o Fórum RNP, o Congresso da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e o Congresso da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms), com participação da Organização Mundial da Saúde (OMS); Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); Ministérios da Saúde; Ciência; Tecnologia e Inovação e Educação; aconselhamento para profissionais de saúde; conselho nacional de secretários estaduais e municipais de saúde; Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), empresas e academia. O evento contou com 1.480 inscritos em 100 sessões.  

Por lo tanto, las redes de colaboración y sus espacios colaborativos están creciendo y ganando cada vez más importancia debido a las nuevas herramientas TIC´sy gracias a una mayor visión de las personas después de la pandemia, debido a la comprensión de las posibilidades de interacción a distância. 

As redes acadêmicas são as mais adequadas para desempenhar um papel articulador nesses espaços colaborativos, reunindo os domínios do conhecimento científico, governos, empresas, parques tecnológicos e, no caso, healthtechs para estimular avanços inovadores que impulsionem a nova economia e a saúde digital .

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