O setor de oleaginosas no Equador desempenha um papel fundamental na economia nacional, sendo a palma africana a principal cultura. O quadro regulamentar que rodeia este setor é complexo e constantemente atualizado, com regulamentações que abrangem vários aspectos como biodiversidade, fitossanidade, qualidade e desenvolvimento sustentável.

Biodiversidade, sustentabilidade e uso da terra

A maioria das políticas emitidas no Equador sobre sementes oleaginosas concentra-se na palma africana, porque contribui significativamente para a economia equatoriana.

  • A Constituição da República do Equador (2008) estabelece o direito da natureza de existir, conservar, proteger e restaurar-se. Neste sentido, diversas regulamentações centram-se na sustentabilidade do cultivo da palma africana, procurando minimizar o seu impacto ambiental.
  • Acordo Ministerial nº 189 (2015): Estabelece o mapa de zoneamento agroecológico para o estabelecimento do cultivo de dendê, restringindo sua expansão a áreas adequadas e protegendo áreas de alto valor ambiental.
  • Regulamento do Código Orgânico do Ambiente (2019): Proíbe a utilização de terras para fins agrícolas em todas as áreas protegidas do Sistema Nacional de Áreas Protegidas (SNAP) e limita a expansão das áreas de cultivo.
  • Lei de Silvicultura e Conservação de Áreas Naturais e Fauna Bravia (2004): Regulamenta o manejo florestal e a conservação da biodiversidade, estabelecendo restrições ao desmatamento e conversão florestal.
  • Lei de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade: Promove a conservação e o uso sustentável da biodiversidade, incluindo a implementação de práticas agrícolas sustentáveis.

Fitossanitário

O governo equatoriano tem um papel ativo na regulamentação fitossanitária para proteger a saúde pública e o meio ambiente.

  • A Lei de Comercialização de Pesticidas (2004) estabelece o quadro jurídico para a importação, distribuição e utilização de pesticidas, e designa o Ministério da Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Pescas (MAGAP) como entidade reguladora.
  • Acordo Ministerial nº 365 (2015): Define as funções das entidades participantes do controle de agrotóxicos, estabelece as obrigações dos agricultores e as normas para a correta aplicação de agroquímicos.
  • Lei Orgânica de Sanidade Agropecuária (2017): Cria a Agência de Regulação e Controle Fitossanitário (Agrocalidad) para o controle fitossanitário e a proteção da sanidade agropecuária. Esta lei proíbe o uso de sementes e culturas geneticamente modificadas no país.

Qualidade 

As regulamentações de qualidade buscam garantir a segurança e a satisfação dos consumidores. MAGAP e Agrocalidad divulgam constantemente recomendações para manter a qualidade da palma africana, especialmente no que diz respeito à segurança e proteção ambiental.  

  • Resolução Técnica nº 303 (2015): Guia de Boas Práticas Agrícolas para o Dendezeiro, que estabelece diretrizes para o manejo da cultura, desde a seleção da terra até a colheita e manejo pós-colheita. 
  • Normas INEN: Conjunto de normas e especificações para garantir a segurança e a qualidade dos produtos, serviços e processos nos diversos setores da economia equatoriana.  

Outros regulamentos e projetos 

  • Lei de Fortalecimento e Desenvolvimento da Produção, Comercialização, Extração, Exportação e Industrialização do Dendezeiro e seus Derivados (2020): Busca melhorar a cadeia produtiva do dendezeiro, incluindo estratégias de comercialização, controle e financiamento. 
  • Iniciativa Cluster do Sector das Oleaginosas (2021): Criada pelo Ministério da Produção, Comércio Externo, Investimento e Pescas, procura promover a colaboração entre o sector privado e as autoridades para fortalecer a competitividade e a sustentabilidade do sector. 

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